TRAVELLING DE DANEY: GUERRA AO TERROR, Kathryn Bigelow

GUERRA AO TERROR, Kathryn Bigelow

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GUERRA AO TERROR, Kathryn Bigelow


A falsa realidade

Para o funcionamento de qualquer organismo, é necessário que todos os órgãos funcionem. No entanto, sempre temos os principais. É assim no corpo humano, com o cérebro, no futebol com a bola - afinal, 22 jogadores não jogam sem uma bola, mas uma pessoa pode jogar sozinho com uma -, etc. No mundo cinematográfico, é claro que necessitamos de um espectador e de um criador, para que um filme viva, mas analisando atentamente, essa criação não seria possível sem o uso da câmera. É a partir dela que o cinema nasceu e seu devido uso faz com que, nós amantes da obra, sejamos agraciados com um digno exemplo de sétima arte.

Kathryn Bigelow, nos presenteia com um belo uso da câmera em seu último filme, Guerra ao Terror. Ela nos direciona, durante todos os planos-sequência, a uma sensação de realidade. Tudo isso é possível graças ao manuseio minucioso da câmera. De forma trêmula quando os soldados correm nas ruas de um Iraque sujo e destruído; embaçado quando substitui os olhos do fuzileiro ao mirar em um alvo distante sob forte calor. Bigelow trabalha de forma que transporta o espectador para o front.

Outro aspecto que reforça a sensação de realidade é a construção dos personagens. A contagem regressiva dos dias que faltam para o serviço terminar é proporcional a forma como os soldados chegam ao fim da capacidade física e mental. O esgotamento só é possível, pois as figuras centrais são humanizadas. Não temos super soldados como um Rambo. Temos pessoas comuns, com seus conflitos familiares, que suspiram aquele ar de adrenalina. Adrenalina essa que exala da película e gruda em nosso sentimento.

Guerra ao Terror dispensa comentários. Não precisamos discutir valores políticos. Todos nós ficamos impressionados com a complexidade do longa. A Obra responde por si. Mesmo sabendo que tudo isso não passa de cinema, temos um amostra grátis dos males de uma Guerra e do que ela é capaz. Palmas para Bigellow e - todos - os ótimos atores do filme. Obra-prima!


Guerra ao Terror (Hurt Locker, The)

Direção: Kathryn Bigelow
Gênero: Ação/Drama/Guerra/Suspense
Origem: Estados Unidos
Duração: 131 minutos
Tipo: Longa-metragem

Classificação do Crítica com Pipoca:

3 comentários:

Eduardo Albuquerque disse...

Posto o comentário do Yuri Dias, pois o meu blog implica com ele e não o deixa comentar:

_________________________

"Guerra ao Terror" é um filmaço, sem dúvida, grandes méritos de Kathryn Bigelow que nos dá uma direção segura e com perfeitas noções do que quer. Uma pena que concorra aos prêmios no mesmo ano que James Cameron, senão já era dela, só que agora ela tem de lutar. Abraços!

Larissa Pires disse...

O filme parece ser mesmo muito bom! Confio no seu gosto.
Estou querendo vê-lo... Teve um rapazinho que disse que eu ia gostar bastante.
Não sou nenhuma expert em analisar críticas, mas analisando como um texto, muito bem elaborado!

:)

Luis Galvão disse...

Acho 'Guerra do Terror' o grande e melhor filme sobre a guerra do oriente médio. Bigelow realmente fez um ótimo trabalho junto com todos; Acho as indicações merecidas (menos trilha sonora, é claro rs), e que a disputa entre a realidade de forma escancarada e a ficção com toneladas de fantasia seja ótima no Oscar.

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